Nos últimos anos, o número de praticantes de corrida/Running tem vindo a  aumentar de forma significativa, assim como a incidência de lesões relacionadas com a corrida. Estudos recentes revelam que estas lesões estão presentes em cerca de 19% a 78% dos praticantes, valores consideráveis, tendo em conta que na corrida, ao contrário do acontece noutro tipo de desportos (futebol, andebol, Rugby), não existe contacto direto.
 
As lesões compartimentais (canelites), fascite plantar, tendinopatias (aquiles e rotuliano), síndrome patelo-femural, síndrome da banda Ilio-Tibial, lesões dos músculos da face posterior da coxa são alguns exemplos das lesões mais comuns decorrentes do treino de corrida.
 
Importa, então questionar porque é que ocorrem estas lesões e de que forma se podem prevenir?
 
Estudos biomecânicos demonstram que a ocorrência de lesões pode estar relacionada com a execução de forma incorreta dos tempos de apoio, frequência e velocidade da passada, movimento livre da anca e joelho, posição do tronco, o que conduz a uma sobrecarga de estruturas (articulares, ligamentares e musculares) que não estão anatomicamente preparadas para este tipo de estímulo.
 
De acordo com os mesmos estudos, a correção da técnica de corrida conduz à prevenção e efetiva redução de lesões nos membros inferiores.
 
Uma equipa multidisciplinar (Biomecânico, Fisioterapeuta, Médico e treinador/técnico), têm a capacidade de corrigir, prevenir e em simultâneo melhorar a performance desportiva.
 
Para o mundo da corrida, começa a ser cada vez mais importante perceber como corre, porque a corrida pode ser a causa e a cura das suas lesões.

Ricardo Paulino

Coordenador da Fisioterapia